sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Na pele de torcedor

Nenhum outro jogador do América atualmente é tão americano quanto o zagueiro Wellington Paulo. O defensor até arrisca dizer que sua história se confunde com a do próprio clube. Afinal, entre idas e vindas, já se vão mais de 20 anos de dedicação ao Coelho e conquistas de marcas importantes. Amanhã, ele alcançará mais uma. Contra o ASA, de Arapiraca, às 16h, no Independência, com transmissão ao vivo pela TV Alterosa para todo o estado, inclusive BH, o zagueiro completará 300 jogos pelo time, tornando-se o quarto jogador que mais vestiu a camisa alviverde, igualando-se ao lateral-direito Estevam, que defendeu o Coelho de 1992 a 2001. “É uma marca importante, um número difícil de um jogador alcançar, poucos conseguem. Agradeço a Deus por isso e às pessoas que me ajudaram na carreira”, diz o experiente jogador, de 36 anos.

Quem mais defendeu a equipe americana foi o goleiro Milagres. De 1992 a 2001, ele fez 372 partidas. O segundo foi Gaia, que atuou entre os anos 1945 a 1958 e jogou 356 vezes. Tonho, de 1947 a 1957, fez 328 apresentações.

A marca histórica de Wellington Paulo não poderia ser comemorada de forma melhor. Ele está prestes a conquistar o sexto título pelo clube. Como venceu o primeiro jogo por 3 a 1, fora de casa, o América pode perder até por 2 a 0 que será campeão. Se o adversário vencer por 3 a 1, a decisão do título será na disputa de pênaltis.

Na era do profissionalismo, segundo o historiador Carlos Paiva, o zagueiro é o jogador mais vencedor do clube. Com o Coelho, Wellington Paulo foi campeão mineiro em 1993, logo em sua estreia como profissional, e em 2001. Fez parte do grupo campeão da Série B em 1997, conquistou a Copa Sul-Minas três anos depois e a Taça Minas Gerais em 2005. “Quando fui mandado embora do América em 2006, fiquei triste, mas entendi que aquilo tinha um significado. Acredito que foi para estar neste momento, chegando aos 300 jogos e com a possibilidade de ser campeão”, afirma o defensor, referindo-se à sua segunda passagem pelo Coelho.

O título da Terceira Divisão nacional tem um significado especial para Wellington Paulo, mesmo ele tendo participado da campanha do acesso à Série B em 1997, ao lado do armador Irênio e do lateral-direito Evanílson, que também estão de volta. “Naquela época, o América tinha uma situação financeira melhor e as coisas eram mais fáceis. Este ano, as dificuldades foram muitas. Por isso, a conquista se torna bem mais saborosa. Não queremos nada de mão beijada, vamos fazer a nossa parte, pois queremos ser campeões e melhor que seja com vitória na última partida”, diz o jogador, que será homenageado pelo clube antes da partida contra o ASA. Ele receberá uma camisa com o número 300, emoldurada.

SAÍDAS Alguns jogadores já começam a colher frutos do bom desempenho do América na Série C. Tão logo termine a Série C, Irênio e o atacante Bruno Mineiro vão reforçar o Náutico no restante da disputa da Série A . O contrato do armador termina dia 30, diferentemente da situação do artilheiro do Coelho (5 gols). Bruno Mineiro tem compromisso assinado até 31 de dezembro. As inscrições de jogadores para o restante do Brasileiro terminam na próxima sexta-feira.

O diretor de futebol do Coelho, Alexandre Mattos, admitiu o contato com o presidente do clube pernambucano, mas afirma que ainda não houve acerto para a transferência do atacante. O jogador repete o discurso. “Ligaram para o meu procurador, demonstraram o interesse, como fizeram com o América, mas não há nada acertado”. O Náutico está uma posição acima da zona de rebaixamento, distante um ponto apenas do Santo André, melhor entre os quatro últimos.

DIFÍCIL TAREFA

A missão de derrotar o América por três gols de diferença – ou por dois desde que marque quatro – será muito complicada. Porém, os jogadores do ASA continuam apostando que podem levantar o título da Terceira Divisão em Belo Horizonte. O técnico Vica reconhece que a invencibilidade do Coelho no Independência é um fator que pode deixar sua equipe desmotivada, mas relembra que os alagoanos garantiram vaga para a final com uma difícil vitória sobre o Icasa (3 a 2), em Juazeiro do Norte (Ceará). Ele considerou que os erros de posicionamento e, principalmente, os inúmeros gols perdidos foram vitais para a derrota no Nordeste: “Se analisarmos o jogo de maneira racional e profissional, percebemos que tivemos o dobro de chances do América. Mas não marcamos e sem gols, não se ganha nada”. Ele orientou os treinos da semana com ênfase na parte tática e nas atividades regenerativas. A delegação deve chegar hoje de manhã em BH.

Retirada de superesportes.com

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